Mão da Glória

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Mão da Glória A Mão da Glória é um dos artefatos mágicos que curiosamente tem seu uso documentado, em autos inquisitoriais e em acusações de roubo pela Europa. De fato, ninguém muito decente teria uso para uma Mão da Glória, um objeto cuja história está ligada a algumas feiticeiras e a um grande número de ladrões. Suas primeiras citações datam de 1440, mas o nome Mão da Glória foi citado só a partir de 1770. O nome originalmente designava um pedaço de raiz de mandrágora (em francês: maindeglorie), uma raiz muito conhecida em magia, e que guarda semelhanças com o corpo humano. Basicamente, a Mão da Glória é uma mão humana seca, retirada de um enforcado, cujos dedos estão posicionados para segurar uma vela. Essa vela, quando acesa dentro de uma casa com o devido encantamento, gera dois efeitos: sua luz só serve para seu portador, e impede que qualquer um dormindo na casa desperte. Para um ladrão, é realmente a glória: nada para interromper, um tipo de crime perfeito. Mas como um amuleto nunca é conseguido de maneira fácil, para conseguir uma mão da glória não basta decepar a mão do primeiro enforcado que vir...O corpo tem de estar morto a menos de vinte e quatro horas, e em um patíbulo na beira de uma estrada.


Mão da GlóriaA mão devia ser separada do corpo de um só golpe. Nesse momento também se pegaria cabelo e gordura do cadáver, para produzir a vela que a mão segura. Então, a mão seria drenada de todo o sangue, usando para isso um pedaço de tecido de mortalha, e
mergulhada em uma mistura de sal, salitre, amônia, pimenta, e outras especiarias , e guardada por duas semanas em um recipiente de terracota (um tipo de cerâmica). Depois disso, ela ficaria secando ao sol nos dias mais quentes do ano, ou, na falta disso, em um forno, onde junto seria queimado verbena e abeto. A mão seria então moldada como um punho, onde se encaixaria a vela, feita com gordura humana, cera virgem de abelha e óleo de gergelim. O cabelo do enforcado serve para fazer o pavio.Uma vez dentro da casa onde planejava o assalto, bastava ao possuidor pronunciar um determinado verso enquanto a acendia, e ninguém que estivesse adormecido na casa poderia despertar. Além dessa propriedade mágica, a vela poderia ser até mesmo mergulhada na água sem se apagar: apenas leite fresco, sangue ou a vontade do seu dono pode apagar a chama da vela, que igualmente, queima sem se consumir.
O Museu Whitby, na Inglaterra, possui uma Mão da Glória em sua coleção.


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