Cálice de Licurgo

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 O Cálice de Licurgo é um cálice de vidro fabricado na Roma Antiga durante o século IV e que possui a peculiar propriedade de mudar de cor conforme a direção em que é iluminado. O cálice fica da cor verde-jade quando é iluminado de frente, mas quando iluminado por trás, torna-se da cor vermelho-sangue. Essa propriedade intrigou os cientistas durante décadas, desde sua aquisição pelo Museu Britânico na década de 50 e permaneceu sendo um mistério até 1990, quando um grupo de pesquisadores ingleses examinou alguns pequenos fragmentos do mesmo e então desvendaram o mistério
Cálice de Licurgo
Com a ajuda de um microscópio eletrônico, os pesquisadores observaram os fragmentos do vidro e descobriram que ele continha partículas de prata e de ouro com cerca de 50 nanômetros de diâmetro. Pra se ter uma idéia do tamanho dessas partículas, seriam necessárias mil delas para se alcançar o diâmetro de um grão de sal refinado. Com isso, pode-se dizer que os artesãos romanos foram os pioneiros no uso da nanotecnologia. A mistura exata dos metais preciosos sugere que os romanos tinham consciência do que estavam fazendo - "um feito incrível", disse um dos pesquisadores, o arqueólogo Ian Freestone, da University College London.

Origem do Nome

O Cálice de Licurgo recebeu este nome porque possui uma cena envolvendo a morte do rei Licurgo da Trácia. Licurgo era pai de Dryas, e opositor ferrenho de Dionísio (deus grego da festa e do vinho). Conta-se que certa vez Licurgo soube que Dionísio (ainda criança na época) e seus seguidores caminhavam pela Trácia tentando estabelecer seu culto, e então os perseguiu empunhando o seu machado. Licurgo consegue matar Ambrósia (principal seguidora de Dionísio), mas Dionísio e os demais conseguiram escapar pulando no mar, graças à ajuda da deusa Tétis.

Posteriormente, Dionísio amaldiçoou o reino de Licurgo com uma seca interminável, e fez com que Licurgo ficasse louco. Em seu acesso de loucura, matou sua esposa e também o seu filho Dryas, o qual confundiu com um ramo de hera (uma planta sagrada para Dionísio). Os súditos de Licurgo consultaram um oráculo e descobriram que a maldição lançada por Dionísio perduraria até que o rei Licurgo morresse. Assim, os súditos decidem matá-lo. As versões de sua morte são variadas: Alguns dizem que ele próprio cortou os próprios pés com seu machado antes de se matar; outros que Zeus infligiu-lhe a cegueira e o mesmo foi desprezado por todos, morrendo em miséria; ou que ele foi dilacerado por seus próprios cavalos; ou devorado pelas panteras do deus; ou envolto em vinhas e despachado para o reino dos mortos, onde ele seria eternamente estrangulado, apedrejado e atormentado por ménades e sátiros. Esta última é a cena representada no cálice.


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